Quando os Neurônios Sensitivos Comandam o Ódio

 Tudo indica que estamos voltando há algum tempo nebuloso da nossa caminhada humana sobre a terra. Cercados por uma forte onda de ódio e raiva, a sociedade faz a sua opção pelo individualismo acompanhado pela fraude e a determinação de não aceitar cumprir deveres.

Herança da mercantilização que norteia o capitalismo, transformando brutalmente o sentimento dos homens em mercadoria e implantando o Ego, que determina pensamento e comportamento, ao neoliberalismo, lutamos hoje para não perdermos os princípios básicos para a convivência humana pacífica e construtora das relações sociais compartilhadas.

A empatia já está batendo asas para longe de nós. Está difícil compreender e ser compreendido pelo outro ou nos isentarmos dos próprios valores e preconceitos. O neoliberalismo criou o homem empresa em níveis absurdamente letais e alvo das religiões neopentecostais, transformam esse homem fictício em um ser que consegue atropelar todos os conceitos do bem viver.

O desejo de práticas punitivas surgem desse novo homem com uma força voraz por destruição e aniquilamento, indo do ataque ao meio ambiente rural, florestal e urbano a tudo que nele habita e respira. E assim, criamos novos problemas de reparação, muitas vezes penosos ou irreversíveis. 

Um dos problemas que nos enreda é a falácia de que religião e política não se misturam. No entanto, temos representatividade politica no Congresso Nacional da bancada evangélica, atuando fortemente ao lado da bancada da bala e do agronegócio, conhecidos como BOI, BALA e BÍBLIA.  Fortemente trabalharam para um novo golpe impedir Lula de presidir o país ao invadirem a Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, sem antes se posicionarem acampados por meses próximos aos quartéis, além de bloquearem em protestos, as rodovias brasileiras.

Esse poder disseminado por bolsonaro e sua gangue atuando em todo o território nacional teve seu nascedouro em 2013, nos protestos contra o aumento dos preços das passagens de ônibus em São Paulo. Sombras passaram a agir entre os manifestantes já com o alvo na derrubada de Dilma Rousseff e liderados por membro da Igreja Assembleia de Deus que compunha a bancada evangélica e tornou-se presidente da câmara de deputados, o sr. Eduardo Cunha, em conluio com Michel Temer, o Traidor.

Todos os horrores desse movimento, derrubou governo, prendeu inocentes, elegeu políticos com discurso agressivo aos que discordavam de suas ações ao ponto do eleito presidente inominável, dizer que metralharia os petistas, coisa que fez, de certa forma, ao destruir políticas públicas, liberar posse de armas, não investigar crimes de morte, corrupção e assim corroeu por dentro, todas as instituições públicas e privadas, famílias, escolas, fiéis religiosos.

No tocante às famílias, membros se desentenderam e se separaram: tios, primos, sobrinhos, irmãos. Nas empresas privadas, patrões obtiveram a oportunidade de explorar como nunca seus empregados e nas igrejas, o povo foi levantado às alturas pisando nos pequeninos. A besta fera voltou-se contra as mulheres, fazendo delas mais escravas que dantes. E muitas mortas por feminicídio.

Junte-se a isso, as atitudes milicianas, machistas, homofóbicas, racistas. Por fim, encontramo-nos cara a cara com o fascismo. E dele, do fascismo, muitos tomaram gosto. E assumiram. Como a foto a seguir, que mostra a rua que antes não tinha nem buracos, virar uma massa única, onde para passar, você tem que rezar. Quanto ao recolhimento do lixo residencial, nem pensar. Terá que ser estocado em casa para quando der, ser colocado para recolhimento.

Rua como essa, com obras para instalação de rede de esgoto, onde se fez uma inacreditável massaroca que com a chuva a argila engole os pés, atola veículos e não permite absolutamente nenhum tipo de atividade normal. Sem esquecer que acabam com calçadas e abala estrutura  de muro.

Outro detalhe interessante, é o nome que escolhem para suas empresas, ao fazer referência à religiosidade, tipo Vila dos Milagres, Vale dos Milagres e por aí segue. As obras são de alto valor, conforme as palavras do prefeito da cidade em especial, como: “são mais de R$ 20 milhões investidos para melhorar a infraestrutura do bairro,” etc, etc, etc. Se faltar material, a obra pára. Chove, a obra pára. A rua já deixou de ser por estar revirada e não há para você, ser comum, como resolver problemas a partir disso.

Assim procede o homem empresa e autoritário. Enquanto uns falam em bondades e dignidade, outros são encobertos pelas sombras das palavras. E a roda vai girando, perpetuando atraso e ignorância, pois não há contestação. O homem empresa costuma usar seus comandados emprestando-lhes a ilusão de que mandam tanto quanto. Esse subordinado tem medo e usa todo seu potencial autoritário contra outros. E assim desperta  o fascismo de cada um. 

Esse retratinho entre lamas é a porção bizarra do Brasil. Quando os neurônios sensitivos comandam o ódio, conseguem erguer em um continente, corpos que servirão para esmagar grupos que não comungam com o mesmo pensamento. É uma questão muito grave e perigosa, pois, não param de agitar o mar da ambição. Mar presente e representado no Congresso, nas Assembleias, Empresas, com bíblias, boi e bala.