As senhoras donas Lourdes, Ivones, Marias, Lindús se presentes estivessem num auditório ou em casa ouvindo radio ou tv e vissem seu filho ou filha numa entrevista se expressando com palavrões, com certeza ficariam chocadas com esse novo nivel de conversação que vem sendo exposto desde o golpe de 2016. É claro que em conversas informais, o palavrão é corrente entre homens e menos comum entre mulheres.
Não é preciso ter formação universitária para saber que a maior parte dos palavrões é ligada a questões sexuais como afirmação, dominação e até mesmo frustração e, portanto, a agressividade é a mola mestra que os move e nossas queridas mães nos ensinaram a perceber essa transmissão: dependendo da situação, corra!
Nos ensinaram o respeito e educação no uso das palavras e jamais imaginaram que o palavrão se normalizasse em nosso vocabulário diário. Professores em escolas colaboraram e colaboram ainda (espero) com essa educação baseada principalmente em leituras e textos que valorizam a lingua sem enaltecer a agressividade contida nos palavrões. Para o uso do palavrão, existem propostas específicas e algo muito importante, o aviso de que menores não devam ter acesso aquela leitura.
E também havia uma preocupação grande com a preservação do feminino, sendo a proteção das meninas contra as investidas de homens inclusive mais velhos, um dos cuidados essenciais para o bem estar da familia nuclear. Viemos mudando o comportamento ao longo dos anos sempre preservando o feminino e não nos igualando às atitudes do masculino e nisso está o desconforto quando nos deparamos com palavrões fora da ordem natural em uma conversa formal vinda de autoridades que nos devem um comportamento adequado ao cargo que ocupam.
O mais grave nessa questão é que a normalização do uso do palavrão está já instalado em muitas familias, principalmente aquelas cuja estrutura é fragilizada pelo avanço de preconceitos e dificuldades sociais e economicas, a familia que luta pela sobrevivencia, a que abandonou a escola, a invisibilizada. Mães e pais que aos berros usam o palavrão ao chamarem a atenção dos filhos dividindo com a vizinhança o seu descontentamento.
Sem distinção de idade ou gênero, crianças estão crescendo recebendo toda a carga negativada do palavrão e assim se formando social e intelectualmente. Essa é a carga que reduz a conexão com o aprendizado dificultando à criança o entendimento nas questões escolares, dificuldade de leitura e interpretação de textos além do sentimento confuso dentro de si, sobre si mesmo.
Isso é muito grave numa sociedade como a nossa, onde crimes acontecem em todas as classes sociais e atualmente, se instala com a divisão politica entre poderosos armados com ideologia escravagista fascista e uma população periférica sendo treinada para não pensar e agir criticamente. O ensino médio instaurado pelo genocida e larápio ex-presidente da republica das bananas, que enxergou e enxertou junto com suas milicias instaladas nas periferias das cidades, a negatividade do palavrão, é a prova cabal da criação de uma sociedade de autômatos que só respondem a berros e pancadaria.
Isso tem que ser corrigido com urgência urgentíssima a começar pela opção de nossas autoridades a não fazerem em hipótese alguma, o uso de palavrões em suas declarações públicas e, comemorando os cem dias de governo Lula, num domingo de Páscoa, renovamos a esperança de que o novo Ensino Médio que se avizinha, traga para nossos rebentos alegrias e realizações positivas em suas vidas.
Excelente reflexão!!!!
ResponderExcluirExcelente reflexão, minha amiga querida!
ResponderExcluir